Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/revistadatv
Natália Castro
RIO - A gente sabe que organizar um casamento dá trabalho. Agora, imagina 
produzir 14 uniões ao longo de sete meses? Essa é a tarefa, nada fácil, 
da equipe de "Morde & assopra".  Até o fim desta semana, a trama de 
Walcyr Carrasco terá exibido oito casórios - sete deles realizados na 
fictícia igreja de São José, erguida na cidade cenográfica da novela. O 
restante está guardado para a reta final do folhetim, cujo último 
capítulo irá ao ar no dia 14 de outubro. E dá-lhe marcha nupcial... 
Embora os enlaces sejam de mentirinha, os gastos são bem reais. Em 150 
horas de gravação, foram consumidos 12 mil quilowatt-hora de energia e 
4,5 mil litros de água, e contratados mil figurantes e três falsos 
padres. 
 
Para quem já não consegue mais se lembrar de todos, vamos à 
extensa lista: a série de matrimônios bem resolvidos - pelo menos até a 
saída da igreja - foi aberta no início da novela com a união de Natália 
(Carol Castro) e Marcos (Sergio Marone), seguidos por Lavínia (Nivea 
Stelmann) e Oséas (Luís Mello). Semana passada foi a vez de Plínio 
(Paulo José) e Hortência (Walderez de Barros) fazerem os votos. Na 
próxima sexta, veremos Cleonice (Vera Mancini) e Eliseu (Paulo Goulart) 
dizerem o "sim". 
Na lista dos quase casamentos, acompanhamos as duas tentativas de
 Celeste (Vanessa Giácomo) e Abner (Marcos Pasquim). Na primeira, o 
noivo fugiu. Na segunda, a moçoila foi presa, pois usava uma tiara 
roubada de Naomi (Flávia Alessandra). Contudo, Abner, não satisfeito, 
partiu para uma nova experiência.
Desta vez mais intimista, com Júlia (Adriana Esteves), num salão de 
hotel. E não é que a festa deu errado novamente? Na hora agá, o 
fazendeiro chegou atrasado e disse à paleontóloga que queria "desfazer o
 compromisso", acusando-a de ter sido a culpada pelo fogo nos sacos de 
café. Após a discussão, Júlia ficou irritadíssima com as acusações e 
jogou bolo para todos os lados, num tom bem pastelão. 
 
Por outro lado, Guilherme (Klebber Toledo) e Alice (Marina Ruy 
Barbosa) protagonizaram um dos momentos mais marcantes do folhetim. Não 
bastasse a cerimônia dos pombinhos ser encerrada no meio, com a 
descoberta das mentiras do rapaz, Alice ainda esbarrou em uma vela e seu
 vestido dos sonhos se desfez em meio às chamas. Neste caso, além do 
trabalho da produção de arte, que decorou a igreja com 8,5 mil rosas 
brancas, arranjos e candelabros, a cena dramática exigiu não apenas um, 
mas quatro vestidos de noiva idênticos. É o que conta a figurinista 
Natalia Duran. 
- Com certeza foi o que nos deu mais trabalho, pois o vestido 
tinha um corselete todo bordado - explica a profissional.
Natalia revela que todas as noivas que subiram ao altar tiveram seus 
modelitos desenhados pela equipe de figurino da novela. Fato que, 
segundo ela, torna tudo muito mais real.
 
- A gente conhece a personagem, sabe o que ela escolheria, do que
 gosta. O da Cleonice, por exemplo, acompanha a sua estética, que é bem 
cafona. Ele foi todo feito com tecido sintético, como se ela fosse uma 
Barbie feia - descreve. 
A figurinista diz que se aprofunda nas pesquisas para buscar as 
tendências de moda. E, em média, os vestidos demoram um semana para 
ficar prontos. A exemplo da vida real, as atrizes têm que fazer até 
prova de roupa. Nesse festival de rendas, crepes e filós,  já foram 
usados 400 metros de tecido, nove coroas, dois arranjos de cabeça, oito 
buquês, seis pares de sapatos brancos - alguns foram repetidos - e 12 
véus, sendo que seis deles foram usados por Alice. Nada mal, hein? 
E se a produção dos noivos é caprichada, a ornamentação da igreja
 não fica atrás. São flores, acessórios do altar e até veludinhos para 
os genuflexórios.  Tudo pensado nos mínimos detalhes pela equipe de 
arte. Mirica Vianna, uma das encarregadas desse trabalho, fala que a 
preparação do lugar começa um dia antes, para que as flores não fiquem 
murchas. As encomendas são feitas na floricultura do Projac e os números
 impressionam. Na decoração dos casamentos, já foram usados 200 maços de
 lírios, 500 dúzias de rosas, 200 maços de hortênsias, 200 maços de 
bocas-de-leão, 150 maços de lisiantos, 100 maços de aster e 200 metros 
de hera paulista. 
- Na TV, temos que exagerar um pouco ou o trabalho não aparece - 
afirma ela. 
No entanto, há vários truques que tornam os  adornos ainda mais 
ricos. 
- Usamos muitas colunas que mudam de lugar dependendo da posição 
das câmeras. E misturamos um bom número de flores artificiais às 
naturais. O efeito fica imperceptível no vídeo - garante Mirica. 
E ainda há muito trabalho pela frente. Até o fim da história, no 
mês que vem, estão previstos outros seis casórios. Trocarão alianças 
Raquel (Gabriela Carneiro da Cunha) e Élcio (Otaviano Costa); Lídia 
(Ildi Silva) e Tiago (André Bankoff ); Abelha (Bruna Spínola) e 
Cristiano (Paulo Vilhena); e Melissa (Marisol Ribeiro) e Wilson (Max 
Fercondini). Com a benção de São José, Guilherme e Alice casarão 
novamente. E Celeste vai tentar a sorte com Áureo (André Gonçalves).  
Embora Vanessa Giácomo saiba do trabalho que dá a preparação de uma 
cerimônia - às vezes, a gravação demora dois dias -,  ela conta que esse
 é o melhor momento para a confraternização do elenco. 
- É quando os núcleos se encontram e a gente se diverte - 
justifica ela, empolgada com o próximo enlace de sua personagem: - 
Celeste já avisou que pretende usar algo bem escandaloso. Ela quer que o
 vestido pareça um abajur de tanto brilho! 
 
 
 
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