quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Na reta final de 'Morde e Assopra', cenas de matrimônio já somam 150 horas de gravação




Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/revistadatv




Natália Castro


RIO - A gente sabe que organizar um casamento dá trabalho. Agora, imagina produzir 14 uniões ao longo de sete meses? Essa é a tarefa, nada fácil, da equipe de "Morde & assopra". Até o fim desta semana, a trama de Walcyr Carrasco terá exibido oito casórios - sete deles realizados na fictícia igreja de São José, erguida na cidade cenográfica da novela. O restante está guardado para a reta final do folhetim, cujo último capítulo irá ao ar no dia 14 de outubro. E dá-lhe marcha nupcial... Embora os enlaces sejam de mentirinha, os gastos são bem reais. Em 150 horas de gravação, foram consumidos 12 mil quilowatt-hora de energia e 4,5 mil litros de água, e contratados mil figurantes e três falsos padres. 

Para quem já não consegue mais se lembrar de todos, vamos à extensa lista: a série de matrimônios bem resolvidos - pelo menos até a saída da igreja - foi aberta no início da novela com a união de Natália (Carol Castro) e Marcos (Sergio Marone), seguidos por Lavínia (Nivea Stelmann) e Oséas (Luís Mello). Semana passada foi a vez de Plínio (Paulo José) e Hortência (Walderez de Barros) fazerem os votos. Na próxima sexta, veremos Cleonice (Vera Mancini) e Eliseu (Paulo Goulart) dizerem o "sim". 

Na lista dos quase casamentos, acompanhamos as duas tentativas de Celeste (Vanessa Giácomo) e Abner (Marcos Pasquim). Na primeira, o noivo fugiu. Na segunda, a moçoila foi presa, pois usava uma tiara roubada de Naomi (Flávia Alessandra). Contudo, Abner, não satisfeito, partiu para uma nova experiência.

Desta vez mais intimista, com Júlia (Adriana Esteves), num salão de hotel. E não é que a festa deu errado novamente? Na hora agá, o fazendeiro chegou atrasado e disse à paleontóloga que queria "desfazer o compromisso", acusando-a de ter sido a culpada pelo fogo nos sacos de café. Após a discussão, Júlia ficou irritadíssima com as acusações e jogou bolo para todos os lados, num tom bem pastelão. 

Por outro lado, Guilherme (Klebber Toledo) e Alice (Marina Ruy Barbosa) protagonizaram um dos momentos mais marcantes do folhetim. Não bastasse a cerimônia dos pombinhos ser encerrada no meio, com a descoberta das mentiras do rapaz, Alice ainda esbarrou em uma vela e seu vestido dos sonhos se desfez em meio às chamas. Neste caso, além do trabalho da produção de arte, que decorou a igreja com 8,5 mil rosas brancas, arranjos e candelabros, a cena dramática exigiu não apenas um, mas quatro vestidos de noiva idênticos. É o que conta a figurinista Natalia Duran. 

- Com certeza foi o que nos deu mais trabalho, pois o vestido tinha um corselete todo bordado - explica a profissional.

Natalia revela que todas as noivas que subiram ao altar tiveram seus modelitos desenhados pela equipe de figurino da novela. Fato que, segundo ela, torna tudo muito mais real.
- A gente conhece a personagem, sabe o que ela escolheria, do que gosta. O da Cleonice, por exemplo, acompanha a sua estética, que é bem cafona. Ele foi todo feito com tecido sintético, como se ela fosse uma Barbie feia - descreve. 

A figurinista diz que se aprofunda nas pesquisas para buscar as tendências de moda. E, em média, os vestidos demoram um semana para ficar prontos. A exemplo da vida real, as atrizes têm que fazer até prova de roupa. Nesse festival de rendas, crepes e filós, já foram usados 400 metros de tecido, nove coroas, dois arranjos de cabeça, oito buquês, seis pares de sapatos brancos - alguns foram repetidos - e 12 véus, sendo que seis deles foram usados por Alice. Nada mal, hein? 

E se a produção dos noivos é caprichada, a ornamentação da igreja não fica atrás. São flores, acessórios do altar e até veludinhos para os genuflexórios. Tudo pensado nos mínimos detalhes pela equipe de arte. Mirica Vianna, uma das encarregadas desse trabalho, fala que a preparação do lugar começa um dia antes, para que as flores não fiquem murchas. As encomendas são feitas na floricultura do Projac e os números impressionam. Na decoração dos casamentos, já foram usados 200 maços de lírios, 500 dúzias de rosas, 200 maços de hortênsias, 200 maços de bocas-de-leão, 150 maços de lisiantos, 100 maços de aster e 200 metros de hera paulista. 

- Na TV, temos que exagerar um pouco ou o trabalho não aparece - afirma ela. 

No entanto, há vários truques que tornam os adornos ainda mais ricos. 

- Usamos muitas colunas que mudam de lugar dependendo da posição das câmeras. E misturamos um bom número de flores artificiais às naturais. O efeito fica imperceptível no vídeo - garante Mirica. 

E ainda há muito trabalho pela frente. Até o fim da história, no mês que vem, estão previstos outros seis casórios. Trocarão alianças Raquel (Gabriela Carneiro da Cunha) e Élcio (Otaviano Costa); Lídia (Ildi Silva) e Tiago (André Bankoff ); Abelha (Bruna Spínola) e Cristiano (Paulo Vilhena); e Melissa (Marisol Ribeiro) e Wilson (Max Fercondini). Com a benção de São José, Guilherme e Alice casarão novamente. E Celeste vai tentar a sorte com Áureo (André Gonçalves). Embora Vanessa Giácomo saiba do trabalho que dá a preparação de uma cerimônia - às vezes, a gravação demora dois dias -, ela conta que esse é o melhor momento para a confraternização do elenco. 

- É quando os núcleos se encontram e a gente se diverte - justifica ela, empolgada com o próximo enlace de sua personagem: - Celeste já avisou que pretende usar algo bem escandaloso. Ela quer que o vestido pareça um abajur de tanto brilho! 



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