segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

É hoje: O Clone volta às telinhas na sessão do "Vale A Pena Ver de Novo"




Entrando já no clima da reprise da novela "O Clone", grande sucesso da autora Gloria Perez, que depois de 10 anos volta hoje na sessão do "Vale a Pena Ver de Novo" na Rede Globo, o FC destaca alguns fatores IMPORTANTES da trama.



A trama:
- Cultura muçulmana, clonagem humana e dependência química são os principais temas de O Clone, que tem como fio condutor a história de amor vivida pela muçulmana Jade (Giovanna Antonelli) com o brasileiro Lucas (Murilo Benício).

- A história tem início na década de 1980, quando Lucas conhece Jade no Marrocos. Filha de muçulmanos nascida e criada no Brasil, Jade foi viver com o tio após a morte da mãe, Sálua (Walderez de Barros). Os dois jovens se apaixonam à primeira vista, mas são impedidos de ficar juntos por causa dos costumes muçulmanos, defendidos com rigor pelo tio de Jade, o patriarca Ali. Sid Ali se agarra às crenças e à cultura árabe para arranjar bons casamentos para as sobrinhas Jade e Latiffa (Letícia Sabatella), que estão sob sua proteção.


- Entre os costumes muçulmanos retratados pela autora, a novela aborda a religião islâmica, os papéis masculino e feminino na sociedade, a dança, a língua e a culinária árabes, as cerimônias marroquinas e a poligamia, representada pelas três esposas de Ali e pelo segundo casamento de Said que, mesmo casado com Jade, contrai núpcias com a jovem Ranya (Nívea Stelmann). No decorrer da história, Said ainda pede ao amigo egípcio Zein (Luciano Szafir) para se casar por um ou dois dias com Jade, apenas para que ela possa voltar para ele depois. Pelos costumes muçulmanos, após pedir o terceiro divórcio, o marido só pode voltar atrás em sua decisão caso arranje um marido para sua mulher – o que normalmente se faz recorrendo a um amigo. 


Produção:
- Glória Perez contou com a consultoria dos xeques Jihad Hassan Hammadeh, vice-presidente da World Assembly of Muslim Youth (Wamy), e Abdelbagi Sidahmed Osman, sudanês presidente e Imam (que conduz as orações) da Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro, para os assuntos referentes à cultura muçulmana. Nas gravações do núcleo muçulmano no Rio, a equipe foi assessorada pelos irmãos marroquinos Karima e Ahmed Elmaataoui, que acabaram incorporados ao elenco como serviçais de Ali. 

- O geneticista Walter Pinto e a doutora Aline Chaves Alexandrino orientaram a autora nas questões sobre clonagem humana. Os pesquisadores da novela também consultaram o geneticista Sérgio Simões.  


- As primeiras cenas de O Clone foram gravadas em cinco cidades do Marrocos, onde elenco e equipe trabalharam por 40 dias. Como locações, foram escolhidas as ruínas do kasbah Ait Ben Hadou, em Ouarzazate; o mercado de camelos de Marrakech; a cisterna portuguesa de El Jadida; e a medina de Fez, cidade datada do século VIII, que serviu de referência para a construção da cidade cenográfica marroquina no Projac. Produtores marroquinos deram um suporte à equipe brasileira, que também contou com uma figuração recrutada entre os habitantes locais.   
- Cerca de 700 peças do figurino – assinado por Paulo Lois – foram compradas no Marrocos, entre túnicas masculinas (gandoras) e femininas (djellabas e kaftãs), pares de babouches (sapatinhos confortáveis de sola baixa), lenços de cabeça (foullards), véus, bolsas, chapéus marroquinos de diferentes formatos, vestidos de noiva e jóias (colares, pulseiras, brincos e anéis, de prata ou banhados a ouro).  
- A caracterização do elenco contou com a assessoria da maquiadora americana Lynn Barber, ganhadora do Oscar de 1989.

- Duas cidades cenográficas foram construídas na Central Globo de Produção: uma réplica em menor escala da medina de Fez e outra simulando o bairro de São Cristóvão. O destaque era a cidade marroquina, a primeira construção do Projac a reproduzir o mundo oriental. 


Curiosidades:
- O Clone estreou pouco depois dos atentados terroristas de 11 de setembro em Nova York e Washington, o que poderia prejudicar a boa aceitação da trama entre os telespectadores, já que um dos núcleos principais era de personagens muçulmanos. Mas a novela virou um sucesso de público. 

- O tema da clonagem humana ganhou as primeiras páginas de jornais de todo o mundo, quando o médico italiano Severino Antinori anunciou que faria o primeiro clone humano em novembro de 2001, exatamente um mês após a estréia da novela. A trama de Glória Perez foi idealizada um ano antes do anúncio do italiano, mas o assunto, que até então era pouco discutido, explodiu na mídia. 
- O Clone foi um sucesso de público e expressões árabes faladas pelos personagens ganharam as ruas, como “Maktub”, “Inshalá”, “Haram”, “Jogar ao vento” e “Arder no mármore do inferno”. O mesmo aconteceu com frases como “Cada mergulho é um flash” (proferida pela personagem de Mara Manzan) e “Não é brinquedo, não!”, dita por Dona Jura, que viraram bordões de sucesso.  


- A novela foi comercializada para mais de 60 países, entre eles Argentina, Chile, Colômbia, El Salvador, Moçambique, Peru e Romênia. Foi recorde de audiência no Kosovo, exibida na emissora RTV21, e sucesso na Sérvia, Rússia e Albânia. Antonio Calloni, um dos mais queridos pelos albaneses, chegou a dar entrevista que foi publicada na primeira página de um jornal local.
- O Clone foi, até então, a novela de maior audiência da TV Globo no horário das 20h. Bateu o recorde de A Indomada, de Aguinaldo Silva, exibida em 1997.


Merchandising social:
- A campanha antidrogas desenvolvida na novela através dos personagens Mel, Nando e Lobato contribuiu para a desmistificação do perfil do usuário de drogas e ampliou o número de dependentes em busca de apoio nos centros de recuperação. Glória Perez mesclou depoimentos reais de usuários à trama, desde anônimos até pessoas famosas, como o ator Carlos Vereza e a cantora Nana Caymmi. Por esse trabalho, a autora foi homenageada pela Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad) e recebeu o prêmio Personalidade dos anos 2001 e 2002, concedido pelo Conselho Estadual Antidrogas (Cead/RJ).
  

 

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