Entrando já no clima da reprise da novela "Alma Gêmea" que a partir de hoje volta ao ar na sessão do "Vale A Pena Ver de Novo" na Rede Globo, o Fã Clube da Ni destaca alguns pontos MARCANTES da trama.
A trama:
- Alma Gêmea (2005) é o segundo trabalho do diretor Jorge Fernando com o autor Walcyr Carrasco após o sucesso de Chocolate com Pimenta (2003), também exibida às 18h. Maior audiência do horário nos últimos 13 anos, a novela conta a história do amor eterno de um homem e uma mulher tragicamente separados e que, cerca de 20 anos depois, voltam a se encontrar quando ela reencarna em um novo corpo. Além do tema central, a trama tem tons de comédia neo-realista italiana na abordagem dos conflitos familiares, e também enfoca o resgate de valores, as relações afetivas e o misticismo.
- A novela está dividida em duas fases. No início da década de 1920, o botânico Rafael (Eduardo Moscovis) e a doce bailarina Luna (Liliana Castro) apaixonam-se à primeira vista e, em pouco tempo, casam-se e têm um filho. Esse amor é invejado pela amargurada Cristina (Flávia Alessandra), a governanta do casal, que se acha injustiçada porque sua prima Luna, além de rica e casada com Rafael, a quem sempre desejou, também herda as jóias da avó, Adelaide (Walderez de Barros).
Produção:
- Elenco e equipe de Alma Gêmea assistiram a palestras com o antropólogo Giovani José da Silva e Carlos Eduardo Sarmento, professor da Fundação Getúlio Vargas, respectivamente sobre cultura indígena e costumes socioeconômicos, culturais e políticos da década de 1940. O antropólogo ainda deu aulas de linguagem indígena para Priscila Fantin, André Gonçalves, Francisco Carvalho, Maria Silvia, Júlia Lemmertz e Thaíssa Ribeiro. Esses atores também contaram com a orientação da pesquisadora de prosódia Íris Gomes da Costa.
- Fernanda Souza, Emilio Orciollo Netto e Emiliano Queiroz fizeram aulas de prosódia caipira com Silvia Nobre. Marcelo Barros ganhou noções de prosódia nordestina. Liliana Castro fez aulas de piano com Claudia Castelo e aprendeu passos de balé com Cissa Rondinelli. Eduardo Moscovis foi à Roselândia, em Cotia (São Paulo), conhecer as técnicas de enxertos e plantações de rosas – no local há mais de 300 espécies de roseiras. Malvino Salvador treinou em restaurantes de São Paulo o manuseio de utensílios culinários e a fabricação de pão. E Alexandre Barillari visitou o presídio Ary Franco, na zona norte do Rio de Janeiro, onde conversou com detentos para ajudar na composição do vilão Guto.
- As cenas de Serena na comunidade indígena – incluindo seu nascimento, a morte da mãe, seu crescimento, a invasão e destruição da aldeia, até a partida para São Paulo – foram distribuídas por Bonito (Mato Grosso do Sul), Carrancas (Minas Gerais) e o bairro de Camorim (zona oeste do Rio de Janeiro). Em Bonito, a produção de cerca de 70 profissionais contou com a ajuda de bombeiros, militares do Exército e uma equipe de rapel para transportar os equipamentos.

- As primeiras gravações em São Paulo incluíram cenas de Serena passando por locais históricos da cidade, como a Estação Júlio Prestes, a Pinacoteca do Estado, o Museu do Ipiranga e a Catedral da Sé, além de cenas na Vila dos Ingleses com cerca de 20 atores figurantes.
- A cidade cenográfica de Roseiral construída da Central Globo de Produção (Projac) foi inspirada em várias localidades, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro da época em que se passa a trama. Também foram usadas como referências cidades do interior de São Paulo, como Bernardino de Campos (onde nasceu o autor Walcyr Carrasco) e a estância hidromineral Águas de Santa Bárbara; e municípios do Paraná, como Castro, Morretes, Antonina e Lapa. Erguida em uma área de nove mil metros quadrados, Roseiral comportava as casas de Rafael e Agnes, o prédio residencial de Vera, a vila da pensão de Divina, além de igreja, loja de flores, farmácia, estação de trem, barbearia, mercearia, prefeitura, cinema, sorveteria, consultório médico e sapateiro, alguns com interior.
- A estufa, um dos cenários relevantes da trama, ganhou uma parte externa na cidade cenográfica e interior em estúdio. Este foi um dos ambientes mais trabalhosos por conta da manutenção das rosas. As flores tinham de ser guardadas em geladeira, a uma temperatura entre oito e 12 graus, e não podiam ficar em locais abafados. Rosas artificiais foram misturadas às naturais para compor o cenário.
Figurino:
- Os anos 1920 da trama foram caracterizados por um figurino com cortes retos, sem cintura e bustos achatados para as mulheres, e roupas mais estreitas, acinturadas, com boca das calças mais fechada e uso do chapéu coco para os homens. Na década de 1940, seguiu-se o tom das comédias italianas do início dos anos 1950, com referências, entre outras, a filmes do cineasta italiano Federico Fellini (1920 - 1993). Um dos destaques é Cristina, de Flávia Alessandra, que abusava das cores vermelha, roxo e vinho, como uma típica vilã de desenho animado. Também teve repercussão a composição da personagem Kátia, de Rita Guedes, uma mistura das atrizes Veronica Lake, Lana Turner e Rita Hayworth e de Jessica Rabbit, personagem da animação Uma Cilada para Roger Rabbit (1988), de Robert Zemeckis.

- Floriculturas do Rio de Janeiro e de São Paulo participaram de uma campanha de promoção da novela intitulada “Circuito das Rosas”. Em parceria com a TV Globo, as lojas criaram arranjos especiais com rosas brancas e/ou vermelhas, batizados de alma gêmea, em miniexposições. O público também podia participar de um concurso que tinha como prêmios um anel de ouro branco igual ao da personagem Luna, desenvolvido pela Globo Marcas, um arranjo de flores e um CD com a trilha da novela autografado. O anel, idealizado por Walcyr Carrasco para a história, era formado por três alianças entrelaçadas, simbolizando a união máxima de duas pessoas, e foi produzido por uma empresa brasileira de semi-jóias.
- Fred Mayrink, um dos diretores da novela, aparece cantando músicas de Frank Sinatra em uma participação como crooner de uma boate. A idéia foi do diretor Jorge Fernando, que já havia dirigido um show de Fred.
- Alma Gêmea obteve a maior audiência do horário das 18h em toda a história da teledramaturgia da emissora. Em setembro de 2005, já era o segundo programa mais assistido do Brasil. Por conta disso, a trama ganhou mais 25 capítulos, e a novela teve mais um intervalo comercial, além dos três tradicionais.
- Alma Gêmea estreou na emissora portuguesa SIC cerca de um mês após a estréia na TV Globo.
- Em 2007, a TV Globo Internacional anunciou a assinatura de um contrato com a Pappas Telecasting – rede de estações locais no Oeste dos Estados Unidos – para a exibição de Alma Gêmea. Inédita nos Estados Unidos, a novela começou a ser transmitida naquele país, em versão hispânica, a partir do dia 02 de julho, às 19h.
- Em 13 de agosto de 2007, a romântica Alma Gêmea estreou na Costa Rica, exibida pelo canal Teletica. Sucesso no mercado internacional, a novela já foi exibida em países como Rússia, Peru e Venezuela.
Merchandising social:
- Preconceito social e racial foram abordados na trama de Alma Gêmea, que também enfocou o tema do menor abandonado, através do menino de rua Terê. Analfabeto e sem família, Terê aprende a ler e muda sua vida após descobrir os livros. A importância da leitura é reforçada pela professora Clarice, que conta histórias e leva livros para as crianças. Terê começa a se interessar pela leitura após ouvir a narrativa dos contos do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875), e ganha de Elias seu primeiro caderno.
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